Na Bahia, serão visitadas cerca de 5 milhões de residências, nos 417 municípios.


Desde o dia 1º de agosto, teve início o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em todo o Brasil. Em Feira de Santana, mais de 500 recenseadores estão atuando na coleta dos dados, que busca traçar um perfil da população e identificar problemas de ordem econômica e social.

O último censo demográfico foi realizado em 2010. A pesquisa deveria ter sido feita em 2020, mas por conta da pandemia precisou ser adiada. Apesar da grande importância que tem o fornecimento dessas informações para o governo e para a sociedade, é grande o desconhecimento por parte de algumas pessoas e a dificuldade de coletar os dados também.
A cabeleireira e estudante de Serviço Social Rosa Maria dos Santos, moradora do Conjunto Feira IX, foi uma das selecionadas pelo instituto para atuar em Feira como recenseadora. Ela visita os domicílios da Expansão do Feira IX e lamenta o fato de ser mal recebida por algumas pessoas.

Em entrevista, Ana Maria destacou que a falta de informação sobre o censo dificulta a coleta dos dados e faz um apelo à população para que receba os recenseadores em suas residências e respondam às perguntas contidas nos questionários.

“Essa coleta é feita de forma individual, e em cada domicílio que a gente visita vamos contar a todos os moradores. Às vezes, a gente é recebido de uma forma um pouco indelicada, porque tem pessoas que não conhecem qual é a finalidade do censo demográfico e por falta de informação acabam não aceitando responder ao censo”, informou em entrevista ao Acorda Cidade.

Além disso, segundo a recenseadora, responder as perguntas do censo é obrigatório e está previsto na lei 5.534 de 14 de novembro de 1968. Entretanto, o IBGE não busca punir aqueles que se negam a responder, mas sim conscientizar.

“Algumas pessoas não sabem que isso é obrigatório, e existe uma lei que firma essa obrigatoriedade, porém o intuito do IBGE não é obrigar pelo uso da lei, mas sim conscientizar as pessoas a passarem as informações, porque são necessárias. Quando a gente não encontra alguém no domicílio, a gente coloca a ausência e temos que retornar quatro vezes ao local. Se mesmo assim não conseguirmos, a gente informa ao supervisor e ele irá tomar as providências”, explicou.

Apesar dos desafios que tem encontrado pela frente, a recenseadora garante que está gostando da experiência.

“Eu fiz a minha inscrição no início do ano e no mês de abril fiz a prova objetiva. Obtive uma classificação dentro do quadro de vagas, e aqui estou. Fui aprovada também no treinamento, que é eliminatório. Essa é uma experiência nova e eu estou gostando. Já tive que convencer pessoas resistentes. Eu estava finalizando uma entrevista, e a moradora de outra casa disse que não queria a presença do IBGE. Graças a Deus consegui fazer”, relatou.

A expectativa é que os recenseadores concluam o trabalho até o final de outubro deste ano. Cada trabalhador visita às famílias devidamente uniformizado, com boné, colete do IBGE, além de um crachá onde através de um QR Code, o morador pode verificar o cadastro do recenseador que o está visitando.

“O censo pergunta, por exemplo, quantas pessoas moram no domicílio até 31 de julho. Temos dois modelos de questionários, que são um básico, com questões bem resumidas, e outro de amostra, que é feito somente em algumas casas escolhidas pelo IBGE, que espera saber sobre mortalidade, fertilidade, até que ano estudou, se fez doutorado, mestrado, e é bem mais extenso. A falta de informação ainda é o que mais nos chama a atenção”, completou Rosa Maria dos Santos.

Na Bahia, serão visitadas cerca de 5 milhões de residências, nos 417 municípios.