Mudança no atlas oficial provoca críticas internas sobre direcionamento ideológico da atual gestão

Em abril de 2024, o IBGE havia apresentado um mapa com o Brasil no centro, mas mantendo a orientação tradicional | Foto: Reprodução/Redes sociais

Marcio Pochmann, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicou nesta quarta-feira, 7, em suas redes sociais, um mapa-múndi invertido, com o Sul na parte superior e o Brasil no centro. O dirigente justificou a mudança como uma forma de destacar o protagonismo brasileiro no cenário internacional.

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No comunicado, Pochmann afirma que o objetivo é enfatizar “a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais, como o Brics e o Mercosul e na realização da COP30 no ano de 2025”.

Essa iniciativa, entretanto, não é inédita. Em abril de 2024, o IBGE havia apresentado um mapa com o Brasil no centro, mas na orientação tradicional.


A novidade, naquela ocasião, fazia parte da nona edição do Atlas Geográfico Escolar, que foi duramente criticada, por conter erros científicos e cronológicos.

Entre as falhas mais graves identificadas na publicação estavam confusões sobre os períodos Jurássico e Cretáceo, que erraram a idade dos períodos geológicos por milhões de anos. O instituto reconheceu as imprecisões e publicou uma errata depois da repercussão negativa.
Presidente do IBGE coleciona polêmicas dentro do órgão

Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marcio Pochmann assumiu a presidência do IBGE em agosto de 2023.

Economista reconhecido por posições heterodoxas, Pochmann já dirigiu entidades próximas ao PT, como a Fundação Perseu Abramo e o Instituto Lula. Ele também presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Durante sua gestão, Pochmann recebeu diversas críticas internas. Funcionários do IBGE denunciam uma administração autoritária e ideológica. Em carta aberta divulgada no início deste ano, técnicos do instituto acusaram a direção de “desrespeito ao corpo técnico” e autoritarismo.

Um dos principais alvos das críticas foi a criação da Fundação IBGE+, uma entidade pública de direito privado vinculada ao instituto, apelidada pelos servidores de “IBGE paralelo”.

Depois de protestos dos funcionários, o governo suspendeu a operação da fundação em janeiro de 2025. Pochmann, em audiência pública realizada em abril no Senado, rejeitou as acusações de autoritarismo e garantiu que a criação da IBGE+ ocorreu de maneira transparente.

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Segundo ele, a proposta emergiu de um debate durante o 1º Congresso Nacional dos Servidores do IBGE, em novembro de 2023.

O presidente do IBGE também argumentou que os cortes orçamentários e o aumento dos custos de pessoal justificam iniciativas como a criação da fundação, considerada essencial por ele para ampliar os recursos da instituição.

Portal Regional Notícias, com informações do site Revista Oeste.