Dentre outras demandas, o respeito e o cumprimendo de leis estão entre principais objetivos da associação.

Foto: Allan Emanuel (PRN)

O setembro azul nos lembra da luta para quebrar as barreiras e proporcionar uma sociedade inclusiva para todos. Ela envolve diversos fatores para as pessoas com deficiência. Nesta batalha estão os indivíduos surdos, que promovem a campanha Setembro Azul com a proposta de conscientizar outras pessoas de suas capacidades e lutar contra o preconceito. 

Na manhã desta quinta-feira (1), Elaine Figueredo da Silva Vasconcelos, Presidenta da Associação de Surdos de Feira de Santana, a ASFS, fez uso da tribuna da casa da cidadania para discursar, sendo interpretada pela intérprete de libras, a Sátla Ribeiro. Em seu discurso ela falou sobre os direitos e as lutas pela inclusão de pessoas surdas na cidade de Feira de Santana.

"Bom dia a todos vocês, eu já estive aqui em outros momentos também falando em tribuna livre, quero mais uma vez agradecer, eu sou Elaine, eu sou a presidente da ASFS, e este é um mês que é relevante para a comunidade surda, pois é um mês onde comemoramos todos os anos, a luta surda, que é representada pelo setembro Surdo, que iniciou desde o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), no Rio de Janeiro. Este é o sinal, para a educação de surdos e é uma educação governamental e foi um marco histórico na comunidade surda a partir de vários movimentos, então nós congratulamos juntamente com a comunidade surda por este dia tão especial e memorável, onde nós lutamos pelos nossos direitos, anos após anos, e a temática é sempre esta: Escola Bilíngue para surdos, empresas que possam admitirem também as pessoas surdas, e isto para nós é motivo de orgulho, nós que somos pessoas surdas, estamos orgulhosos e felizes, porque é um prazer, lutarmos sim e isso continua." 

Dentre diversos temas discursados, Elaine abordou sobre os direitos dos surdos e comentou sobre a lei federal de número 10.436 que foi sancionada em 2002, que é a lei se refere a língua brasileira de sinais, a libras, onde a ASFS requer o respeito da mesma, pois ela trata da cobrança com as disciplinas fazerem parte da grade curricular dos cursos, pois a libras é a segunda língua oficial da comunidade surda.

 

Em entrevista ao Portal Regional Notícias, o repórter Allan Emanuel questionou a Elaine sobre o que o Setembro Surdo representa para as pessoas com deficiência auditiva, e ela respondeu sendo interpretada pela intérprete em libras Satla as seguintes palavras: 

Então, representa o orgulho da comunidade surda, porque é o dia em que a gente comemora o Setembro Surdo, o dia da luta, o mês das vitórias, dos desafios, e a gente sabe que desistir, jamais. A gente precisa continuar na luta, por mais aspectos culturais da comunidade surda, então é o nosso orgulho, é o orgulho do Brasil, é o orgulho dos surdos brasileiros. Parabéns aos surdos.

 

Quando perguntada sobre se existe alguma política que a câmara de vereadores tem adotado ou discutido para atender às demandas das pessoas com deficiência auditiva, Elaine respondeu que a associação está em um processo, pois já era a terceira vez que eles estavam indo à Câmara de vereadores, mas ainda as demandas estão em um processo de apoio e ainda falta muito a realizar. “Eu estou aqui incansavelmente com os surdos da associação na luta, pedindo apoio da câmara de vereadores, eu sei que não é fácil, mas a gente precisa conseguir, esta é a nossa meta”, finalizou Eleine. 

O vereador Professor Ivanberg Lima (PT), que está apoiando o movimento Setembro Surdo na câmara foi também entrevistado pelo Portal Regional Notícias, e ele foi questionado sobre quais políticas de inclusão a câmara de vereadores tem discutido para atender a demanda das pessoas com deficiência auditiva, o vereador Professor Ivanberg respondeu: 

“Em nosso mandato nós temos lutado para que seja criada uma escola bilíngue, para que os filhos dos surdos já comecem sua educação no bilinguismo, porque eles têm este direito, inclusive nós temos conversado com a secretária no sentido de começar por classes, bilíngues, se a prefeitura não tem condições de ter uma escola, que tenha classes, e que isto já possa levar estes alunos a serem incluídos desde pequenos.

Além disto a gente tem desenvolvido com a associação de surdos algumas atividades para externar a luta dos surdos em Feira de Santana, por exemplo, foi luta nossa a Central de Libras Estadual, nós temos aqui em Feira esta central, que funciona lá no CAP Pedagógico e foi uma luta de nosso mandato junto com ao Governo do Estado onde lá existem 6 intérpretes que o surdo quando vai para o médico ou vai responder alguma coisa em uma delegacia, quando vai em um fórum resolver qualquer coisa ele agenda e o intérprete o acompanha. 

Então a central funciona lá no CAP por agendamento ou livre demanda. Não raro os intérpretes são chamados 00 hora, 1 da manhã, se o surdo sofre alguma coisa e vai para o hospital e o hospital não está preparado para receber este paciente, a central acompanha. 

Então isto é um grande ganho aqui para Feira de Santana e foi uma luta nossa junto ao governo do estado.

 

Com informações de Allan Emanuel ao Portal Regional Notícias