Comunidade e poder público se unem para conter chamas recorrentes e investigar possíveis crimes ambientais na Matinha.

Vegetação nativa próxima à lagoa, ainda ilesa após queimada nas adjacências Foto: Leitor

Na tarde da última segunda-feira (21), feriado de Tiradentes, um incêndio de grandes proporções atingiu a região da Lagoa Salgada, localizada no distrito da Matinha, em Feira de Santana. Moradores da comunidade foram surpreendidos pelas chamas, que rapidamente se alastraram pela vegetação seca nos arredores da lagoa. O fogo só foi contido graças à rápida ação da população, que acionou o Corpo de Bombeiros.

Incêndio se alastrando pela vegetação próxima à Lagoa Salgada Foto: Leitor

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Segundo informações obtidas pelo Portal Regional Notícias, este tipo de ocorrência é recorrente na localidade e costuma acontecer anualmente, o que levanta suspeitas sobre a possibilidade de se tratar de incêndios criminosos. Entretanto, até o momento, ainda não há confirmação oficial sobre a causa do fogo.

Vereador Pastor Valdemir. Foto: Assessoria

Na manhã desta terça-feira (22), o vereador Pastor Valdemir Santos (PP) utilizou o seu tempo na tribuna da Câmara Municipal de Feira de Santana para relatar o episódio. Em entrevista ao Portal Regional Notícias, o parlamentar revelou que está solicitando uma apuração por parte da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, diante da possibilidade de dois crimes estarem sendo cometidos na região.

“Estamos diante de uma possível devastação ambiental por incêndio proposital e, além disso, há indícios de apropriação indevida de terras públicas ao redor da lagoa”, alertou o vereador.

Durante sua fala, Valdemir Santos sugeriu ainda que o município implemente um “cinturão ambiental” para proteger a Lagoa Salgada e preservar a fauna, flora e os recursos naturais da região. A proposta foi encaminhada à Prefeitura de Feira de Santana como forma de prevenir novos incidentes e conservar o ecossistema local.

Acompanhe entrevista completa com vereador Pastor Valdemir Santos:



Secretaria do Meio Ambiente acompanha o caso

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi procurada pela equipe do Portal Regional Notícias e, por meio da secretária Jaciara Costa e do diretor de Educação Ambiental, João Dias, comentou o ocorrido e apontou medidas que estão sendo tomadas para evitar situações semelhantes.

De acordo com a secretária, a Lagoa Salgada já havia sido alvo de queimadas há pouco mais de um mês, assim como a Lagoa de Berreca, também na região. Ela destacou que a área ao redor da Lagoa Salgada possui terrenos particulares, utilizados como pasto, o que facilita a propagação do fogo em períodos de estiagem.

Nuvem de fumaça sobre a lagoa, vista de ponto elevado. Foto: leitor

“O capim seco e o uso irregular do solo aumentam o risco. Acreditamos que alguém tenha ateado fogo com a intenção de limpar a área ou renovar o pasto, o que se configura como crime ambiental, pois estamos lidando com uma área de preservação”, disse Jaciara.

A secretária informou ainda que a pasta está buscando adquirir novos equipamentos para mapear e georreferenciar as lagoas do município, além de investir em monitoramento 24 horas por câmeras e satélites, com o objetivo de identificar responsáveis por possíveis crimes ambientais.

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João Dias reforça responsabilidade coletiva

O diretor de Educação Ambiental da secretaria, João Dias, reforçou que a responsabilidade pela preservação dos mananciais é compartilhada entre o poder público e a população.

“Fazemos visitas regulares às lagoas e estamos atentos a ações predatórias. Infelizmente, algumas pessoas que têm posse de terras no entorno da lagoa colocam fogo com o objetivo de renovar o capim. Isso coloca em risco a fauna, a flora, as pessoas que vivem nas redondezas, especialmente crianças e idosos”, afirmou.

Região da Lagoa Salgada

Ele concluiu ressaltando que, caso os responsáveis sejam identificados, medidas legais serão adotadas, conforme previsto na legislação ambiental vigente.

Portal Regional Notícas, com informações do repórter Allan Emanuel