Com 22 anos de experiência na folia, profissional destaca a importância de planejamento, profissionalismo e envolvimento popular para fortalecer a micareta.

Antônio Dyggs | Foto: Samuel Amaral/ Portal Regional Notícias

Durante a audiência sobre a situação da Micareta de Feira, um dos produtores culturais mais experientes da cidade, com mais de duas décadas de atuação no evento, fez um discurso firme e carregado de reflexões sobre o futuro da festa. Aos 41 anos, Antônio Dyggs relembrou seu início no tradicional barracão de Direito e ressaltou a importância de se discutir a micareta de forma permanente, para além dos períodos festivos.

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Segundo o produtor, o maior desafio atual da micareta é resgatar a autoestima dos feirenses em relação ao evento. 

“Autoestima, profissionalismo e saudosismo. Essas três palavras precisam guiar o nosso olhar para a festa. Se a autoestima está baixa, nada anda. Se a gente não se organiza e não planeja, não consegue patrocínio e perde o fôlego da folia. E se ficarmos presos ao saudosismo, deixamos de entender que as pessoas mudam, e a festa precisa acompanhar isso”, destacou.


Ele ainda reforçou que a Micareta de Feira precisa de um planejamento anual, envolvendo artistas, imprensa, empresários e foliões, para que a cidade volte a vibrar com a micareta como antigamente. Na opinião do produtor, a mudança da data da micareta para o segundo semestre — preferencialmente em novembro — seria estratégica, não apenas para fugir das chuvas de abril, mas para aproveitar melhor o calendário e garantir recursos de patrocinadores e programação antecipada.

“Feira de Santana é uma cidade enorme, e quem vai fazer a micareta grande de novo é o próprio povo feirense, com autoestima em alta, falando da festa nas redes sociais, se programando, convidando gente de fora, e isso só se faz com antecedência. Não dá para construir uma grande festa com pouco tempo de planejamento”, reforçou.

Durante sua fala, ele citou exemplos de carnavais fora de época pelo Brasil e destacou que as grandes festas bem-sucedidas acontecem no segundo semestre, quando há mais dinheiro circulando após os grandes eventos do primeiro semestre, como o Carnaval e o São João.

Plenário da câmara de vereadores durante audiência pública | Foto: Samuel Amaral/ Portal Regional Notícias

O produtor também rebateu preocupações sobre possíveis conflitos com datas eleitorais, apresentando um levantamento das últimas eleições municipais e presidenciais, que mostraram que raramente o segundo turno ocorre em novembro, o que, segundo ele, reforça a viabilidade da nova proposta.

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Por fim, deixou uma mensagem para o poder público e para a sociedade: “O jogo só vira quando a autoestima do povo em relação ao evento está alta. Se o evento for planejado com antecedência, com envolvimento e sem medo de mudanças, a Micareta de Feira volta ao seu lugar de destaque.”

Portal Regional Notícias, com informações do repórter Allan Emanuel.