Produtor Musical Léo Águia | Foto: Samuel Amaral
Na manhã desta quinta-feira (15), o produtor cultural e representante da Associação de Bandas e Artistas de Feira de Santana (BANDAFS), Léo Águia, fez duras críticas à gestão da Micareta de Feira durante audiência pública realizada no plenário da Câmara Municipal de Feira de Santana. A reunião debateu a situação do evento, especialmente diante da possibilidade de mudança de data e da insatisfação dos artistas locais.
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Em seu discurso, Léo questionou a forma como a Prefeitura tem conduzido o planejamento da Micareta, principalmente sem dialogar com as entidades que representam os artistas da cidade. Ele destacou que a alteração da data prejudica os músicos feirenses, que já enfrentam a escassez de grandes eventos no primeiro semestre do ano.
"Se mudar a data da Micareta, onde é que os artistas de Feira vão tocar? Qual evento de grande porte existe no primeiro semestre pra suprir essa necessidade? Os artistas de fora podem esperar novembro, com cachês de 500, 600, 700 mil reais. E os daqui? Vão ficar como?", indagou Léo.
Outro ponto levantado pelo produtor foi a desvalorização dos artistas locais. Segundo ele, em mais um ano, muitas bandas da cidade ficaram sem trio elétrico no circuito oficial, enquanto atrações de fora foram priorizadas. Ele relembrou casos como o de Marquinhos do Revolo Samba, que teria sido prejudicado pela falta de estrutura adequada.
Léo Águia também criticou a desorganização na definição da grade de atrações e a contratação tardia dos artistas locais, que muitas vezes são incluídos de última hora, sem informações claras sobre local, horário e estrutura de apresentação. Além disso, denunciou a prática de redução dos cachês das bandas feirenses.
"Aqui, se você não aceitar tocar por 8 ou 10 mil, tem outro na fila querendo. Falam como se as bandas de Feira fossem cachorro, e não são. Quem dá brilho à Micareta são os artistas, e esses precisam ser respeitados", afirmou.
Durante a audiência, o representante da BANDAFS ainda fez sugestões para a divulgação do evento, defendendo que artistas de Feira se apresentem no Carnaval de Salvador, com trios personalizados da Micareta, como forma de promover o evento em um dos maiores palcos culturais do Brasil.
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Por fim, Léo Águia lamentou o abandono de segmentos culturais importantes, como os blocos afros e o reggae, que segundo ele continuam enfrentando dificuldades para ter espaço e apoio na avenida. Ele cobrou mais responsabilidade da Prefeitura e lembrou que a cada ano o circuito da Micareta se torna menor, prejudicando a diversidade cultural da festa.
"A Micareta está encolhendo. Daqui a pouco vai se resumir só ali na Igreja dos Capuchinhos. A valorização está concentrada só naquele trecho, e o restante fica esquecido", concluiu.
A audiência pública contou com a presença de artistas, produtores culturais, vereadores e representantes da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer.
Portal Regional Notícias, com informações do repórter Allan Emanuel.
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